A Viagem... (Parte 1)

Bom então aqui começa a história da restauração nosso Fuscão, que está na minha família a mais de 15 anos...

A decisão de restaurar o carro já havia sido feita há muito tempo entre eu (o interessado) e meu pai (o financiador), mas o fato de não ser algo barato e também de perder o carro por um bom tempo estavam arrastando o ato por demais. Então vieram as férias e antes do fim de ano resolvi botar o carro na estrada, sim, a oficina do meu sogro, o Alemão, fica a 200 km de casa, e o preço acertado valia a viagem. Então saí de Santa Cruz do Sul, no RS, em direção ao coração do estado, Santa Maria, torcendo para que o Fuscão agüentasse esta última viagem antes da sua redenção.


Saímos então, logo após o almoço do dia 30 de dezembro de 2009, numa tarde quente e ensolarada, que não facilitaria em nada a nossa viagem. O Fuscão andava tranqüilamente pelas estradas em ótimo ritmo, até que o primeiro obstáculo surgiu, e não vou nem tocar em política por aqui, mas acredito que foi o pedágio de Candelária que decretou a nossa primeira derrota. Foram aproximadamente 30 km pela BR 287, que liga as duas cidades e eu vinha a uma velocidade média de 90 km/h quando, retomando após a parada no pedágio, o Fuscão sentiu que não podia mais continuar daquele jeito, e se recusou a passar dos 50 km/h. E todos sabem que é impossível viajar a esta velocidade, mas mesmo assim, ainda andamos mais um quilômetro até que tivemos que encostar num acesso de uma residência marginal à estrada.

O carro não pegava mais, não batia arranque, o que você quiser pensar, mas a verdade é que estávamos parados na estrada e não tínhamos nem andado uma hora ainda. Lembrei dos conselhos do meu pai e de outros tantos que me ajudaram antes da viagem, que previam que o Fuscão não conseguiria por causa da alta temperatura, saí do carro e despejei toda uma garrafa d'água na bobina e na bomba de combustível, esperando que eles esfriassem. Só havia uma garrafa, obviamente não era o suficiente, então, enquanto a Luane tentava ligar para o pai dela para arranjar alguma ajuda, eu fui até a casa a qual estávamos estacionados e, apesar de quase ter sido morto por dois boxers de 70 kg cada, consegui a simpatia do dono e reabasteci a garrafa. Alguns litros d’água depois o carro voltou a andar.



Mas o problema não havia sido resolvido. O Fuscão ainda andava se arrastando quase que desistindo da sua glória, havia ainda 5 km até Candelária, e esperávamos encontrar auxílio por lá. Chegando à cidade, fomos atrás de uma oficina mecânica, e já com uns 30 minutos de atraso, achamos uma entregamos nas mãos do mecânico, a nossa sorte. Foi uma hora e meia de conserto, uma bomba e um filtro de combustível, e uma limpada no carburador. Era o que o nosso “velho” Fuscão precisava, e logo já estava faceiro, andando de um lado para o outro, ávido por aventuras, que não faltariam...

Continua...