A Viagem... (Parte 2)

Uma viagem que, tranquilamente seria feita em duas horas e meia, já estava com duas horas de atraso. Três horas após sairmos de Santa Cruz do Sul, finalmente saíamos também de Candelária. Depois de ser consertado o Fuscão andava bem, não quis forçá-lo muito, pois ainda havia pelo menos mais duas horas de viagem, mas voltamos ao patamar dos 90 Km/h de média. E assim nos dirigimos a mais um acontecimento histórico.

Eu não sei se vocês sabem, mas na época que saímos pra entrega do Fuscão, ainda resistia, a duras penas, a ponte sobre o rio Jacuí, na RSC-287, entre as cidades Agudo e Restinga Seca. Algumas teorias dizem que alguma força sobrenatural segurava aquela ponte, e que somente algo de força sobrenaturalmente igual poderia derrubá-la. Pois bem, o Fuscão passou por lá. Já se sabe o que aconteceu com a ponte depois disto. Eu diria que foi algo parecido com o embate entre as facas Ginsu e as meias Vivarina, ou ainda o golpe entre o Punho e o Escudo do Dragão. Se é que me compreendem.



Depois de superada a ponte, nos dirigimos ao ponto mais complicado da nossa viagem, a passagem (secreta) entre Restinga Seca e Formigueiro, que nos levaria com segurança até muito próximo de São Sepé, sem precisarmos passar perto de Santa Maria, onde muito provavelmente encontraríamos os maiores problemas com patrulhas inimigas por todos os lados e o perigo de ficarmos presos em algum maléfico congestionamento.

A princípio estava tudo indo bem, encontramos a entrada da passagem sem problemas, mas logo nos primeiros quilômetros, o Fuscão foi novamente colocado a prova. Uma das piores estradas asfaltadas que eu já vi em toda a minha vida, tinha mais área esburacada que asfaltada, lembram aquelas reportagens na TV que mostram a mal conservação das estradas no Brasil? Muito pior, mas muito pior mesmo. Não conseguíamos andar nem perto da velocidade desejada, e a cada buraco que pegávamos (invariavelmente) eu sentia o Fuscão cada vez mais perto do seu fim.



Mas não é de qualquer carro que estamos falando aqui. Não, este aqui é Fuscão Azul, e uma estrada esburacada não é nada, pra quem já passou o que ele passou. Só tenho pena dos outros carros que vimos passando por lá, carros novos, de plástico, que mal chegariam ao final da passagem. Aquilo é uma tortura para qualquer carro novo.

Ao fim, passamos por Formigueiro e chegamos à estrada que nos levaria a São Sepé e à salvação final do nosso amigo Fuscão. Depois daquela passagem esburacada, andar neste último trecho foi a melhor parte da viagem, uma estrada lisinha, sem buracos e onde, finalmente pude esbanjar da vontade do Fuscão de andar rápido. Eu pisava e ele parecia pedir mais, já estava em 120 Km/h quando ele pareceu se acostumar com a velocidade e decidiu mantê-la até o final.



Então chegamos a São Sepé, cinco horas após sairmos de Santa Cruz do Sul. Uma viagem longa, mas perto do que este mestre das estradas, o Fuscão, já passou, foi apenas mais um passeio. Chegamos à Oficina do Alemão a tardinha, o sol ainda não se punha, e a reação das pessoas que nos esperavam lá foi algo que nunca vou esquecer. Nenhuma delas acreditava como havíamos chego lá naquele estado, mas a todas que perguntavam eu dizia: - Se não o Fuscão Azul, eu não teria conseguido.

Então é isto pessoal, este é o fim da minha participação ativa no conserto do Fuscão, agora ele está em ótimas mãos, e logo logo estarei postando aqui as primeiras fotos da restauração dele.



Até mais.

Matheus Mendes.

6 comentários:

Diego Venzon disse...

Muito boa a foto dos buracos na estrada.. olhando o capo e a estrada... quase não se percebe onde começa e termina os buracos... no capo ou na estrada... hehehehe

O Monge Amigo disse...

Hahahahaha Fantástica a história. Incrível o lirísmo do Matheus, e desconhecido, pelo menos pra mim. Muito bom, demais. Melhor que isso só com o Fuscão de volta a ativa. Ahhhh, mas que saudades que eu tenho desse fusca...

Lu M. disse...

O Matheus está me saindo um excelente cronista! Um feliz surpresa! Estou adorando os textos :))

Matheus Mendes disse...

Venzon, depois que eu vi a foto, pensei a mesma coisa. Ainda bem que jamais cheará a este nível novamente.

Gisele Raposo disse...

Somos duas Lu!
O Blog tá ficando azulzinho!
Parabéns Matheus!

Matheus Mendes disse...

Obrigado a todos.

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